Teclas e cliques
Olhamos para a vasta história do PC como plataforma de jogos e escolhemos os 10 maiores clássicos
Estação de trabalho de dia, console revolucionário à noite. Viva o PC!
O PC, enquanto plataforma de games, vive uma crise e, ao mesmo tempo, uma época bastante favorável. Por um lado, placas de vídeo, memórias, HDs e processadores estão mais acessíveis para o jogador médio e é possível montar uma configuração forte sem gastar os olhos da cara. Além disso, plataformas como o Steam oferecem games baratos para download, com promoções semanais. É bom jogar no PC em 2010.
Por outro lado, a pirataria está engolindo o mercado. Sites de compartilhamento de torrents disponibilizam os grandes lançamentos poucos dias depois do lançamento. Vendo isso, as empresas desistem de lançar games para o PC, relegando a máquina a receber versões saídas dos consoles. Além disso, games exclusivos de qualidade são cada vez mais raros. É ruim jogar no PC em 2010.
Celebrando a longeva plataforma, chafurdamos nos maiores clássicos já lançados para o PC, games que empurraram a indústria de alguma forma, revolucionaram sua época e são considerados bastiões do design de jogos. Muitos clássicos ficaram de fora, mas tal qual um HD abarrotado, não é possível colocar tudo.
Doom | Produtora: id Software | Lançamento: 1993 | Plataforma: PC
“Wolfenstein 3D” pode ser o pioneiro dos FPS, mas foi com “Doom” que o gênero atingiu, de fato, o mainstream. O game trazia uma estação espacial abandonada, povoada por demônios de outra dimensão e uma seleção de armas que acabou se tornando padrão na indústria: uma pistola, uma metralhadora, uma devastadora escopeta e uma bazuca.
Se você gosta de fatiar os locust de “Gears of War” com a serra elétrica, agradeça a “Doom”. A arma criou controvérsia na época, pois permitia que o jogador atacasse seus inimigos com a ferramenta. A recompensa? Uma chuva de sangue, em toda sua glória pixelada.
Sim City | Produtora: Maxis | Lançamento: 1989 | Plataforma: PC
A missão do jogador em “Sim City” é simples, até modesta. Em vez de ser um soldado espacial armado até os dentes ou um andróide com um canhão montado no braço, a tarefa era se tornar planejador e prefeito de uma cidade virtual.
Pode parecer burocrático e chato para quem nunca jogou este game ou suas versões posteriores, mas é viciante lotear a cidade e buscar o máximo de eficiência em todos os serviços públicos, ficando de olho no orçamento anual. Will Wright mostrou a uma geração que a adrenalina não está apenas na ponta de lanças em épicas batalhas, mas também em tentar levar energia elétrica para toda uma metrópole em decadência financeira.
Crysis | Produtora: Crytek | Lançamento: 2007 | Plataforma: PC
É quase injusto que o maior legado de “Crysis” seja seu visual impressionante. Sim, o game tem gráficos que fazem placas de vídeo chorar até hoje é e ainda se sustenta acima da média dos games atuais, mesmo três anos depois, mas “Crysis” brilha em sua jogabilidade.
O jogador controla um soldado com uma armadura modificada que garante resistência, velocidade, invisibilidade e super força. Os ambientes são abertos e os combates esparsos e intensos. A liberdade do game estava na abordagem: vale mais a pena abater soldado por soldado usando a invisibilidade? Ou o negócio é distribuir socos usando superforça? Vale a pena usar um rifle com mira telescópica, lá de longe, ou ver o medo nos olhos dos inimigos com uma escopeta? O controle passou definitivamente para o jogador.
Starcraft | Produtora: Blizzard | Lançamento: 1998 | Plataforma: PC
“Starcraft” é mais que um game, mais que um fenômeno, mais que um marco na indústria de games. O jogo de estratégia em tempo real da Blizzard se tornou um esporte. Na Coréia do Sul, anos depois de seu lançamento, jogadores profissionais competem em torneios organizados e que são uma febre no país.
Isso não veio de graça. Com suas partidas rápidas e unidades perfeitamente balanceadas, a Blizzard criou um dos games mais refinados de estratégia em tempo real de todos os tempos. As três diferentes facções, Zerg, Terran e Protoss, permitiam diferentes abordagens e o game online, rodando nos servidores da Battle.net, foi uma febre. Se você jogou, teme até hoje ser destruído em poucos minutos por um jogador habilidoso, que dispara “Zerg rush, LOL”.
The Sims | Produtora: Maxis | Lançamento: 2000 | Plataforma: PC
Em “Sim City”, Will Wright colocou os jogadores no controle de um administrador público, regendo uma cidade, mas sem controle de seus habitantes. Com “The Sims”, o designer decidiu aproximar o foco e simular a vida de um ou mais habitantes. O resultado: em dois anos, o game vendeu mais de 6 milhões de unidades e gerou duas continuações muito bem sucedidas.
O apelo de “The Sims” é controlar a rotina dos personagens, que, no fundo, são gente comum. Eles precisam se divertir, precisam trabalhar para pagar as contas, precisam comer, tomar banho, dormir, se relacionar. Podem se casar, podem se separar, ter filhos.
O game podia ser encarado como um passatempo casual ou um desafio hardcore para subir ao topo de uma carreira, tinha apelo para homens e mulheres. Um exemplo primordial de design, revolucionário e oportuno, que ajudou a derrubar a barreira dos sexos nos games. Goste ou não, não tem como negar que não havia nada parecido com “The Sims” no mercado.
Unreal Tournament | Produtora: Epic Games | Lançamento: 1999 | Plataforma: PC
Reflexos rápidos acima de qualquer estratégia. Esse é o estilo de “Unreal Tournament”, um game de tiro que chegou ao PC no fim de 1999 e encabeçou uma era na qual jogar sozinho não era mais o bastante. Junto de “Quake 3 Arena”, lançado um mês depois, “Unreal Tournament” se tornou uma febre em campeonatos e LAN partys.
O foco total do game era em seu modo multiplayer, com a possibilidade de enfrentar bots (IA agindo como humanos) para treinar ou simplesmente jogar sozinho. As continuações foram saindo e a fórmula foi sendo refinada, mas é impossível esquecer os primeiros headshots dados neste clássico, que premiava uma mira precisa e reflexos afiados.
Deus Ex | Produtora: Eidos Interactive | Lançamento: 2000 | Plataforma: PC
Quando se fala em liberdade em games, logo vem à mente o mundo aberto de um game da série “GTA” – ou algum de seus clones. Mas mesmo podendo arremessar um helicóptero na Estátua da Liberdade ou jogar boliche, como em “GTA IV”, o jogador precisa viver como um bandido e seguir as regras do jogo para chegar ao final. Em “Deus Ex”, o jogador podia desenvolver habilidades ofensivas ou defensivas e, ainda assim, fechar o game.
Com habilidades de hacker, era possível controlar robôs de segurança para se livrar de patrulhas inimigas. Com habilidades mais ofensivas, era possível se abarrotar de armas e entrar nos lugares com a força bruta. Juntando isso a uma história intrigante de ficção científica e uma jogabilidade que mesclou RPG com FPS, “Deus Ex”, ainda que não tenha envelhecido tão bem, é um dos games mais influentes já feitos para o PC.
Civilization | Produtora: Microprose | Lançamento: 1991 | Plataforma: PC
Fãs de “Civilization” alertam: o game vicia. Pode não parecer muito, especialmente em suas primeiras versões, com gráficos datados, mas o simulador de civilização de Sid Meier prende você de forma nefasta a cada turno.
O foco de “Civilization” não está em coreografadas batalhas estratégicas, mas sim comandar a ascensão de um império, de 4 mil AC até o futuro, com direito a guerras, planos econômicos e diplomacia. O game já está em sua quinta versão, e comanda uma legião de fãs, que noite após noite, prometem que vão parar, mas precisam de apenas mais um turno...
World of Warcraft | Produtora: Blizzard | Lançamento: 2004 | Plataforma: PC
“World of Warcraft” não inventou os RPGs onlines massivos, os chamados MMORPGs. Everquest, Phantasy Star Online e Ultima Online são apenas alguns dos exemplos de games que botaram jogadores em mundos virtuais antes. O que o game da Blizzard fez foi focar no termo “massivo”.
Com mais de 12 milhões de assinaturas, o game é um gigante em todos os aspectos. Mundos vastos, opções extensas de customização, uma economia virtual que esbarra na real, um conjunto de regras e um vocabulário próprio. O “Second Life” fracassou como misto de rede social e game, mas a humanidade já tem um mundo virtual: ele apenas é cheio de elfos, orcs e feitiços.
Half-Life | Produtora: Valve | Lançamento: 1998 | Plataforma: PC
Considerado um dos melhores games já feitos, “Half-Life” mudou a indústria, revolucionando a forma de incluir a narrativa em um game. Além disso, o título da Valve mostrou que FPS podem ter uma complexidade muito maior do que uma caça pela chave correta para abrir uma porta ou uma série de ondas de inimigos armados até os dentes.
Na trama, o jogador interpreta o Dr. Gordon Freeman, um cientista no complexo Black Mesa. Lá, Freeman participa de um experimento que dá errado e abre um portal para a dimensão alienígena Xen, que invade os laboratórios. Assustador, imersivo e completamente diferente de tudo feito na época, “Half-Life” gerou uma sequência que revolucionou a forma de usar as leis da física em jogos. O que será que “Half-Life 3” vai trazer?
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